Mulher denuncia que filha de 3 anos é vítima de racismo em creche em Ribeirão Preto, SP
Mãe denuncia que filha de 3 anos é vítima de racismo em creche de Ribeirão Preto, SP A auxiliar de logística Natasha Cavinatti Fonseca, mãe de uma menina ...

Mãe denuncia que filha de 3 anos é vítima de racismo em creche de Ribeirão Preto, SP A auxiliar de logística Natasha Cavinatti Fonseca, mãe de uma menina de 3 anos, denunciou na segunda-feira (20) que a filha vem sendo vítima de racismo em uma creche em Ribeirão Preto (SP). Ela acionou a Justiça para solicitar investigação por casos de lesões e situações vexatórias que, segundo ela, a criança teve dentro da unidade. Ainda segundo a auxiliar de logística, recentemente a filha chegou em casa com uma falha nos cabelos e contou à mãe que a professora teria arrancado parte dos fios com um pente. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp Natasha é mãe de gêmeas e afirma que a outra filha, que tem a pele mais clara, não passa pelas mesmas situações que a irmã. As duas estudam no Centro Educacional Infantil Professor Hortêncio Pereira da Silva, no Jardim Aeroporto, zona Norte de Ribeirão Preto, desde o ano passado. "Eu não desejo pra ninguém. Não é fácil, não. A gente engole, mas não é não. Quero que eles tratem ela igual tratam todas as crianças. Ela não é diferente de ninguém, é igual a todo mundo, todas as crianças. E eu quero que tratem ela igual a todas as crianças, que cuidem dela igual cuidam de todas as crianças". Mãe de menina de 3 anos denuncia que filha sofreu racismo da professora em Ribeirão Preto, SP Arquivo pessoal No dia 8 de outubro, os advogados de Natasha protocolaram uma notícia-crime para que o caso seja avaliado pela Justiça. LEIA TAMBÉM Professora é condenada a indenizar aluna negra de 10 anos após dizer que cabelos dela cheiravam mal 'Dói demais', diz mãe de aluna discriminada por professora por causa do cheiro do cabelo No documento, a defesa de Natasha afirma que a criança tem passado por uma série de situações de discriminação racial, negligência e violência física e psicológica desde o começo do ano. "Em um outro momento já foi feito um boletim de ocorrência e foi arquivado. Então agora, por meio dessa notícia-crime, a gente está forçando com que a autoridade policial, o judiciário façam uma investigação para apurar os autores desse crime e a materialidade desse crime também", disse Débora Oliveira, uma das advogadas à frente do caso. À EPTV, afiliada da TV Globo, Natasha contou que o episódio que terminou no registro de um boletim de ocorrência aconteceu em março deste ano, durante uma atividade escolar em que fotos das crianças foram disponibilizadas em um mural. A imagem da filha não constava no trabalho final. Quando a mãe questionou a professora, a foto da filha foi incluída, mas em um outro espaço. "De todas as crianças, a mais escurinha da sala é ela. O resto era tudo branco, porque você podia ver todas as crianças, eu tenho a foto, todas as crianças mais claras do lado de um mural, e ela, que é escurinha, do outro lado". Mãe reclama que foto da filha foi separada das demais crianças em mural de creche em Ribeirão Preto, SP Arquivo pessoal Ao g1, a Secretaria da Educação de Ribeirão Preto informou, por meio de nota, que o caso está sendo devidamente apurado, com o apoio do Centro de Referência em Educação para as Relações Étnico-Raciais (CRERER) do município. "Desde o primeiro relato, a secretaria ouviu os responsáveis pela criança, a equipe escolar e outras pessoas envolvidas, adotando as providências cabíveis. As profissionais mencionadas estão passando por processo administrativo e permanecem na unidade escolar, tendo recebido orientações claras sobre os procedimentos e condutas esperadas no ambiente educacional". De acordo com a Secretaria da Educação, o processo está sob análise da Corregedoria Geral do Município, instância competente para julgar ocorrências desta natureza. CEI Professor Hortêncio Pereira da Silva, no Jardim Aeroporto, zona Norte de Ribeirão Preto (SP) Reprodução/EPTV Conselho Tutelar também acompanha caso O Conselho Tutelar de Ribeirão Preto também acompanha a denúncia e participou da última reunião realizada com a diretoria da creche, Natasha e os advogados dela. Segundo a conselheira Joyce Paulino, a Secretaria da Educação ainda não cumpriu com uma das exigências feitas pelo Conselho na ocasião. "A gente pediu que essa psicóloga fosse até essa mãe, até essa escola, não só pra tratar exatamente com essa criança, mas com toda a comunidade escolar. Nós estamos falando de crianças da pré-escola, então todas as crianças ali daquela comunidade estão assustadas com o caso e é por isso que cobramos um psicólogo. Até o momento não tivemos notícia de que ela já passou pela psicóloga". À EPTV, a Secretaria da Saúde de Ribeirão informou, por meio de nota, que Natasha e as filhas passaram por atendimento. "A mãe foi acolhida pela equipe do CAPS II Norte e iniciou acompanhamento psicoterápico. As crianças já fazem acompanhamento no Hospital das Clínicas e receberam atendimento psicológico na UBS Aeroporto". Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região