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Ex-surfista profissional é absolvido após ser preso com pés de maconha; MP recorreu da decisão

Polícia descobre plantação de maconha em casa no litoral de SP O ex-surfista profissional Rodrigo Tavares Agnelli foi absolvido da denúncia de tráfico de d...

Ex-surfista profissional é absolvido após ser preso com pés de maconha; MP recorreu da decisão
Ex-surfista profissional é absolvido após ser preso com pés de maconha; MP recorreu da decisão (Foto: Reprodução)

Polícia descobre plantação de maconha em casa no litoral de SP O ex-surfista profissional Rodrigo Tavares Agnelli foi absolvido da denúncia de tráfico de drogas pela Justiça de Santos. Em 2024, ele foi preso em flagrante pela Polícia Civil com mais de 160 pés de maconha na casa dele. A Justiça considerou que o cultivo era feito para produção de óleo medicinal para consumo próprio. O Ministério Público (MP) recorreu da decisão. Conhecido também como “Sininho”, Rodrigo foi preso pela Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) em setembro de 2024. A corporação descobriu a plantação de maconha em uma casa no bairro Embaré. À época, a Polícia revelou que também havia porções de maconha separadas em sacos, assim como sementes da planta, na casa dele. Segundo a decisão da juíza Lívia Maria de Oliveira Costa, da 2° Vara Criminal de Santos, não foi comprovado que o material era comercializado. Ela pontuou que não foram apreendidos itens usados na venda de droga ou constatada a existência de “clientes”. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 Santos no WhatsApp. De acordo com os autos, o imóvel utilizado para cultivo da Cannabis era alugado por Rodrigo. O proprietário é o irmão dele e não sabia da existência da plantação, que começou a partir de sementes de maconhas obtidas por Rodrigo. De acordo com ex-surfista, a grande quantidade corresponde ao seu uso diário. Segundo ele, para produzir 300 ml de óleo medicinal, precisava de um quilo de flor in natura. O consumo diário dele seria de 10 a 15 ml, cerca de 300 ml por mês. Rodrigo Tavares, conhecido como Rodrigo Sino, foi preso. Ele deu entrevista para a TV Tribuna (foto ao centro) em 2016. Divulgação/Polícia Civil e Reprodução/TV Tribuna Ainda conforme o depoimento dele, as drogas encontradas no local em porções correspondiam a ervas prensadas que ele obteve no mercado negro porque sua planta não estava pronta para extração do óleo e ele precisava realizar o tratamento. “Não havendo outros indícios de que o cultivo da droga se destinava à traficância, a elevada quantidade de plantas apreendidas, por si só, não é suficiente para deduzir que a plantação tinha como objetivo a produção de drogas para comercialização”, diz trecho da decisão. Recurso O Ministério Público recorreu da decisão afirmando que as provas e os depoimentos policiais comprovam que o cultivo “excede em muito os limites do uso pessoal, configurando uma empresa destinada à produção de drogas”. “O cerne da questão reside na escala e na sofisticação da operação”, destacou o MP, pontuando que o local possuía iluminação específica, timer e ventilação própria. Além disso, o órgão pontuou que não foi apreendido no local qualquer objeto utilizado na extração do produto e que a conduta não foi amparada por controle técnico, prescrição médica ou autorização sanitária. Defesa Em nota, o advogado de Rodrigo, Eugenio Malavasi, ressaltou que o acusado negou ser traficante. "A defesa, durante a instrução, comprovou que nenhum objeto ligado ao tráfico foi aprendido, nem mesmo “maconha” apta para o fracionamento. Por conta disso, a defesa destacou que a versão acusado foi comprovada, afastando-se o dolo (intenção) do tráfico. "A absolvição foi extremamente justa”, pontuou. Sininho Rodrigo Sino foi surfista profissional anos atrás Reprodução/TV Tribuna e Divulgação/Polícia Civil Rodrigo Tavares Agneli, conhecido como Rodrigo Sino, de 40 anos, foi surfista profissional, atuando em competições de alto rendimento nacionais e internacionais entre a adolescência e a juventude. O santista passou a disputar torneios internacionais aos 13 anos, viajando para os Estados Unidos, México e Austrália. O g1 apurou que, após aproximadamente 10 anos atuando no esporte de alto rendimento, Rodrigo Sino perdeu a chance de participar do Mundial de Surfe. Com a frustração, ele desistiu de competir profissionalmente. Aos 21 anos, o brasileiro passou a atuar na modalidade freesurf, ou seja, sem participar de competições. Desta forma, Rodrigo surfou por cerca de 19 temporadas no Hawaii, nos Estados Unidos. Drogas foram encontradas em dois endereços de Rodrigo Sino Divulgação/Polícia Civil Cultivo de Cannabis Em depoimento à Polícia Civil, Rodrigo Sino disse ter aprendido a cultivar a planta, que é matéria-prima da maconha, no período em que morou nos Estados Unidos. Durante a investigação, os agentes descobriram ainda um segundo endereço atribuído ao santista, este na Avenida Siqueira Campos. No local, a Polícia Civil localizou outras porções de maconha separadas em sacos transparentes, assim como sementes da planta. Além disso, foram encontrados cadernos com a contabilidade da venda dos entorpecentes. No total, a corporação apreendeu 1.080 gramas da droga e 166 arbustos da erva, além de instrumentos como temporizador, medidores de temperatura e de potencial hidrogeniônico (PH), alicates de corte e 'dichavadores'. A Polícia Civil afirmou ter acionado a perícia aos endereços. Rodrigo Sino foi preso em flagrante por tráfico de drogas e encaminhado ao sistema penitenciário. Ele foi solto, no entanto, em fevereiro deste ano após decisão da Justiça. VÍDEOS: g1 em 1 minuto Santos