Ansiedade pós-vestibular: como lidar com a espera pelo resultado e organizar a vida depois das provas
Como lidar com a espera pelo resultado e organizar a vida pós-vestibular A maratona de vestibulares está chegando ao fim para milhares de estudantes em todo o...
Como lidar com a espera pelo resultado e organizar a vida pós-vestibular A maratona de vestibulares está chegando ao fim para milhares de estudantes em todo o país, mas o encerramento das provas abre espaço para uma nova etapa: a expectativa pelo resultado. Para dar dicas de como enfrentar esse momento de forma mais leve, o g1 conversou com cursinhos pré-vestibular de Campinas (SP). Eles falaram sobre manter a calma até a divulgação das notas e deram orientações de como os candidatos podem se organizar para a próxima etapa, tanto para os que vão fazer a segunda fase quanto para quem decidiu buscar uma nova oportunidade no próximo ano. Confira as dicas ao longo desta reportagem. 📲 Participe do canal do g1 Campinas no WhatsApp “Valorize aquilo que já foi feito, valorize os seus passos [...] é importante a gente não ficar olhando só para a falta, para aquilo que eu acho que deveria ter feito [...] e se não foi nesse ano, saiba que você deu passos importantes para que isso se realize num outro momento que você vai poder tentar novamente”, diz o cientista social e pedagogo Cabé Diniz, coordenador geral do cursinho popular TRIU. 📚 Esta reportagem compõe o projeto Vestibulou, uma parceria do g1 Campinas com a EPTV para divulgar informações relacionadas aos principais vestibulares e ajudar na preparação dos estudantes. Vale a pena corrigir a prova? Alfredo Terra Neto, orientador do cursinho Oficina do Estudante, diz que é comum que os estudantes saiam das provas com a sensação de que foram mal -- mesmo quando o desempenho foi bom. Para aliviar esse sentimento, ele recomenda corrigir a prova assim que o gabarito for divulgado. 📝 Entenda: o objetivo, explica, não é contabilizar erros e acertos, mas entender os temas cobrados, uma vez que os conteúdos podem reaparecer em outras provas e etapas, mesmo com abordagens diferentes. Além disso, a correção pode ajudar o aluno a manter o foco no preparo. No entanto, alerta que essa estratégia não serve para todos, pois alguns alunos podem se abalar ao perceberem que não atingiram a nota desejada. Para estes, o professor recomenda evitar a correção e, inclusive, se afastar de colegas que comentam o desempenho. “Tem aluno que entra em desespero se, ao corrigir, ele não vê que não tirou o que precisa. Principalmente em cursos de alta demanda. Então, se você ficar muito mal, não corrija. Porque isso também vai gerar ansiedade”, orienta. E a ressaca pós-resultado? O professor também detalhou algumas recomendações para os estudantes sobre o que fazer após o resultado, seja ele positivo ou negativo: Se passou para a 2ª fase (ressaca curta): é preciso descansar por um dia, no máximo dois, devido à sequência de provas pesadas. Porém, logo em seguida, o candidato deve retomar o preparo para a próxima etapa. Se foi aprovado (ressaca boa): a atenção deve ser voltada à documentação de matrícula. O alerta é para que o aluno não perca as datas de pré-matrícula e confirmação, algo que ele diz ser “comum aluno perder". Se não passou (a vida continua): o aluno precisa entender que o mundo não acabou e que desistir não deve ser uma opção -- a não ser que haja urgência para trabalhar. A etapa crucial é o mapeamento racional do que falhou (e do que deu certo) no ano que passou. Para esse último caso, o professor faz mais algumas recomendações: checklist: faça um levantamento do que pode melhorar, se precisa estudar sozinho ou fazer cursinho novamente; estudo antecipado: se a dificuldade for em uma matéria complexa, é bom iniciar os estudos já em janeiro, de forma leve, para chegar mais confiante no início do cursinho. Para Cabé, é importante fazer um período de pausa. Ele diz que aqueles que desejarem podem iniciar uma reestruturação para o próximo ano, sempre respeitando as necessidades individuais, mas ressalta que o planejamento deve levar em consideração aspectos pedagógicos, emocionais, sociais e financeiros. "É importantíssimo a gente ter noção dos nossos passos, da nossa história, do nosso contexto e das nossas necessidades. E buscar aquilo que for mais importante para a gente naquele momento, sabendo que isso é um uma ação fundamental e de cuidado", comenta. Como lidar com a ansiedade até a lista de aprovados? Tradicional lista dos locais de prova dos candidatos da Unicamp no Vestibular 2023 Leandro Ferreira/g1 Para lidar com a ansiedade até o dia do resultado, Cabé orienta que os estudantes mantenham hábitos básicos de autocuidado, como uma alimentação adequada, sono regulado, convívio com pessoas que ofereçam apoio emocional e não reforcem pressões. Sugere também a busca por atividades que distraiam a mente e, sempre que possível, o contato com a natureza. A dica é "viver a vida para além das provas de vestibular" e dar o devido tempo para o descanso. Isso deve ser visto como essencial e não como perda de tempo, destaca. “A gente tem que estimular a nossa autonomia e a nossa capacidade de nos olharmos e sabermos que naquele momento é mais importante? O que o nosso corpo tá pedindo e precisando? Então, se for descanso, é importante que a gente se autorize a isso e não entre nessa lógica produtivista e de cobrança”. 'Ninguém é uma máquina de estudar' Cabé enfatiza que "ninguém é uma máquina de estudar" e que o aluno não pode esquecer dos cuidados que precisa ter consigo mesmo. Para o coordenador do TRIU, o estudante deve reconhecer o que conseguiu fazer, mesmo que não tenha cumprido todas as metas planejadas. Cabé propõe que os alunos tentem se tratar com o mesmo cuidado que dedicariam a um amigo, pois a prova ou a reprovação não deve ser vista como um "ponto final". “Confiar que aquilo foi suficiente e, se não foi nesse ano, saber que você deu passos importantes para que isso se realize num outro momento, que você vai poder tentar novamente”, comenta. VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e Região Veja mais notícias sobre a região na página do g1 Campinas.