Turismo de negócios coloca Campinas à frente de Natal e Recife em reservas de hotéis
Imagem aérea de Campinas na região da Torre do Castelo Reprodução/EPTV Campinas ocupa a 12ª posição entre as cidades brasileiras com maior volume de rese...
Imagem aérea de Campinas na região da Torre do Castelo Reprodução/EPTV Campinas ocupa a 12ª posição entre as cidades brasileiras com maior volume de reservas em hotéis, segundo levantamento da plataforma Omnibees. Considerando os dados de janeiro a julho de 2025, a metrópole ficou à frente de destinos turísticos famosos, como Natal (RN), Porto Seguro (BA), Recife (PE), Florianópolis (SC), Balneário Camboriú (SC) e Campos do Jordão (SP). ✈️ Isso sem entrar em qualquer disputa com atrações das outras cidades, repletas de belas praias e montanhas. Em Campinas, o que movimenta a rede hoteleira é o turismo de negócios. "Normalmente, as pessoas têm a ideia do turismo atrelado ao lazer. Mas existem muitos outros motivos para a viagem e que, na verdade, geram um volume de demanda superior, que são os fluxos vindo da atividade econômica", explica o economista Roberto Brito de Carvalho, diretor da Faculdade de Ciências Econômicas da PUC-Campinas. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Campinas no WhatsApp Segundo o economista, a metrópole do interior paulista também possui relevância no turismo científico e tecnológico. 🔍 O turismo de negócios é voltado para atividades profissionais, como reuniões, conferências, feiras e eventos corporativos. Diferente do turismo de lazer, o visitante viaja para cumprir compromissos específicos, muitas vezes com despesas custeadas pela empresa. O economista destaca alguns pontos que impulsionam o crescimento do setor em Campinas: Proximidade com a capital paulista, distante cerca de 100 km; Desenvolvimento econômico; Conjunto de universidades e centros de pesquisa; Estrutura robusta para receber eventos privados e públicos; Hotelaria com variedade de preços; Infraestrutura de transporte/logística, com aeroporto e importantes rodovias. "A cidade de Campinas se destaca nesse sentido, de maneira positiva, por ter uma mobilidade. E isso permite que muitas ações, eventos, ações de empresas com funcionários sejam feitas preferencialmente em Campinas, porque os custos são menores e o deslocamento é mais fácil", explica Carvalho. Veja os vídeos que estão em alta no g1 Eduardo Porto, diretor comercial e de marketing da Rede Vitória Hotéis, notou aumento na demanda e afirma que a maioria dos hóspedes da metrópole são pessoas que estão viajando a trabalho. "Como uma cidade corporativa, com certeza absoluta, o que mais acaba vindo é o pessoal que vem a trabalho. Os eventos de trabalho durante a semana e, no final de semana, os eventos sociais, que são festas, casamentos, baladas, shows, feiras. Isso movimenta bem o final de semana, mas o grosso mesmo, que cresce e continua crescendo, são as reservas corporativas das empresas e o pessoal que vem a trabalhar", relata o profissional. Efeito multiplicador O economista da PUC-Campinas explica que a alta no setor hoteleiro tem um efeito multiplicador importante na economia. "Em especial, o turismo de negócios", diz. "Como os custos desse turismo são normalmente pagos pelas empresas, há uma tendência que esse viajante tenha uma despesa maior, e gaste mais. Então, o tíquete médio de um viajante de turismo de negócios, normalmente, é superior de um viajante a lazer. Porque, enquanto um viajante a lazer está pagando todas as suas despesas, no caso do turismo de negócio, ele está sendo reembolsado ou os recursos são da empresa", diz Brito. 💰 Esse gasto tem um efeito direto na economia, com geração de empregos e geração de renda, para as pessoas que trabalham diretamente com turismo. Além deste impacto direto, existe o chamado efeito indireto. "Em muitas situações, essas pessoas que estão na cidade acabam fazendo uso de serviços da cidade", ressalta Carvalho. "Por exemplo, alguém que venha para um evento, mas faz o uso de um cabeleireiro. Alguém que venha para um evento e passa no shopping e compra alguma coisa. Então, essas situações acabam gerando o que a gente chama de efeitos indiretos. Não está necessariamente diretamente relacionado à atividade turística do turista, mas para receber o turista, a gente precisa recorrer a uma série de outras possibilidades", explica o economista. Imagem de arquivo de passagem de avião Foto de Torsten Dettlaff Crescimento Segundo o estudo da Ominbees, Campinas apresentou alta de 8,5% em comparação com o mesmo período de 2024, tornando-se o 9º maior crescimento entre os municípios do país. O faturamento total gerado pelas reservas também apresentou uma alta de 27%. Lista das 30 cidades mais reservadas no 1º semestre de 2025 São Paulo (SP) Rio de Janeiro (RJ) Belo Horizonte (MG) Gramado (RS) Foz do Iguaçu (PR) Curitiba (PR) Brasília (DF) Salvador (BA) Porto Alegre (RS) Maceió (AL) Fortaleza (CE) Campinas (SP) Goiânia (GO) Natal (RN) Ipojuca (PE) Porto Seguro (BA) Recife (PE) Florianópolis (SC) Guarulhos (SP) Balneário Camboriú (SC) Ribeirão Preto (SP) João Pessoa (PB) Campos do Jordão (SP) Armação de Búzios (RJ) Vitória (ES) Poços de Caldas (MG) Cuiabá (MT) Aracaju (SE) Maringá (PR) Olímpia (SP) Roberto Brito explica que a expectativa é que o setor siga crescendo na cidade. "Campinas é a 14ª cidade com maior população do país, então não está muito distante disso. É uma cidade muito robusta, embora ela fique no interior e não seja de capital", diz o economista. "Não vejo nenhuma dificuldade que esta perspectiva de crescimento, que vem sendo apresentado já há pelo menos duas décadas, continue se ampliando ao longo dos próximos anos, uma vez que investimentos continuam sendo feitos na cidade e existem ainda espaços para crescer", completa o economista. Foto de arquivo de recepcionista de hotel Reprodução/Pixabay *Estagiária sob supervisão de Fernando Evans VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias sobre a região na página do g1 Campinas