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CPI do metanol: SP tem 66 prisões por bebidas adulteradas no ano; 46 após alerta de intoxicação

O delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian, e o secretário municipal Orlando Morando. Reprodução/Alesp/SSP O delegado-geral da Polícia Civil de São Pau...

CPI do metanol: SP tem 66 prisões por bebidas adulteradas no ano; 46 após alerta de intoxicação
CPI do metanol: SP tem 66 prisões por bebidas adulteradas no ano; 46 após alerta de intoxicação (Foto: Reprodução)

O delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian, e o secretário municipal Orlando Morando. Reprodução/Alesp/SSP O delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Artur Dian, apresentou nesta terça-feira (28) um balanço das investigações sobre bebidas adulteradas no estado durante a primeira sessão da CPI do Metanol na Câmara Municipal. Segundo ele, 66 pessoas foram presas em 2025, sendo 46 após a identificação de casos envolvendo metanol em produtos comercializados irregularmente. O estado de São Paulo contabiliza nove mortes confirmadas por intoxicação de bebida alcoólica "batizada" com metanol, segundo boletim divulgado pelo governo paulista na segunda-feira (27). Dian afirmou que a corporação ainda enfrenta dificuldade para rastrear a origem do produto usado na adulteração porque muitos estabelecimentos fiscalizados não possuem notas fiscais de todas as bebidas armazenadas. “Depende de um laudo específico para ser feito, porque etanol e metanol são parecidos quimicamente”, explicou o delegado-geral. Veja os vídeos que estão em alta no g1 “Queremos saber primeiro a origem, para entender onde foi a distribuição. Aí tem um pouco mais de trabalho, requer análise do que foi recolhido até o presente momento.” De acordo com o balanço apresentado, 11 inquéritos tramitam no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), sendo quatro especificamente sobre metanol. O Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC) apura oito casos. No Grande ABC, São Bernardo do Campo tem 20 investigações ativas. Há ainda um inquérito em Osasco, que investiga três mortes após um evento, e outro em Jundiaí. Todas as apurações estão em andamento. O delegado-geral destacou também que a Polícia Civil atua em conjunto com a Polícia Federal e com polícias de outros estados para identificar possíveis rotas de distribuição do material tóxico. CPI do Metanol O primeiro dia da Comissão Parlamentar de Inquérito começou às 13h e durou menos de 2 horas, encerrando os trabalhos por volta das 14h50. Neste terça, os vereadores também ouviram o secretário municipal da Segurança Urbana, Orlando Morando. O objetivo da comissão é investigar os casos de intoxicação por metanol na cidade de São Paulo. Segundo a vereadora Zoe Martinez, presidente da CPI, as próximas pessoas ouvidas pela comissão serão informadas por e-mail. Ela não divulgou quem serão os próximos a participar da CPI. A comissão foi criada para entender como bebidas adulteradas chegaram a bares e comércios da cidade e propor ações práticas de prevenção, como reforço na fiscalização, melhoria na comunicação entre os órgãos de controle e orientação aos estabelecimentos para evitar a compra de produtos de origem duvidosa. “Decidimos começar ouvindo o delegado-geral da Polícia Civil e o Secretário de Segurança Urbana porque são eles que estão na linha de frente dessa crise. Mais quatro pessoas morreram, uma mesma família enterrou três vidas. É devastador. Não dá para tratar isso como se fosse algo comum”, afirmou Zoe Martinez, presidente da CPI. Segundo a vereadora, a comissão também pretende ouvir vítimas, representantes do governo, fornecedores e donos de estabelecimentos autuados, além de entidades ligadas ao caso. “O que tem acontecido com as bebidas contaminadas por metanol assusta muita gente. As pessoas querem segurança para sair, se reunir com os amigos e confiar no que estão consumindo. A Câmara tem o dever de acompanhar esse tema de perto e dar uma resposta à altura do que a cidade espera”, disse Zoe. A CPI do Metanol é composta por: Presidente: Zoe Martinez (PL) Vice-presidente: Ely Teruel (MDB) Relatora: Sandra Santana (MDB) Adrilles Jorge (União) Celso Giannazi (PSOL) Sargento Nantes (PP) Hélio Rodrigues (PT) Perícia de bebidas destiladas adulteradas descarta contaminação acidental e afirma que metanol foi adicionado de forma criminosa Reprodução/TV Globo Além desta comissão, estão em andamento na Câmara as CPIs de HIS (Habitação de Interesse Social), dos Pancadões, da Íris e do Jardim Pantanal. Na semana passada, líderes das bancadas decidiram mudar o regimento da Casa para abrir uma nova comissão, a CPI do Jockey. O objetivo é investigar denúncias de que o Jockey Club de São Paulo teria usado indevidamente recursos públicos destinados à restauração do patrimônio histórico. 🔍 O metanol é um álcool usado industrialmente em solventes e outros produtos químicos. É altamente perigoso quando ingerido. Inicialmente, ataca o fígado, que o transforma em substâncias tóxicas que comprometem a medula, o cérebro e o nervo óptico, podendo causar cegueira, coma e até a morte. Também pode provocar insuficiências pulmonar e renal. Mortes por metanol O estado de São Paulo registrou nove mortes por intoxicação por metanol. As vítimas são: Ricardo Lopes Mira, de 54 anos, morador da cidade de SP Marcos Antônio Jorge Júnior, de 46 anos, morador da cidade de SP Marcelo Lombardi, de 45 anos, morador da cidade de SP Bruna Araújo, de 30 anos, moradora de São Bernardo do Campo Daniel Antonio Francisco Ferreira, de 23 anos, morador de Osasco Leonardo Anderson, de 37 anos, morador de Jundiaí Cleiton da Silva Conrado, de 25 anos, morador de Osasco Rafael Anjos Martins, de 27 anos, morador da cidade de SP Jhenifer Carolina dos Santos Gomes, de 27 anos, moradora de Osasco Foram confirmados no estado 44 casos, sendo 9 óbitos. Outras 443 suspeitas foram descartadas. Atualmente, 10 casos permanecem sob investigação, incluindo dois óbitos: um em Piracicaba, de um paciente de 49 anos, e outro em São Vicente, de uma pessoa de 32 anos.